domingo, 20 de fevereiro de 2011

As Posturas

Levantem-se as carteiras!
Médico português defende uma nova abordagem científica à
dislexia de evolução, que apresenta as dificuldades de leitura
como consequência de maus hábitos posturais. E faz a apologia
das carteiras escolares substituídas após a ditadura
Nelson Morais
A seguir ao 25 de Abril de 74, as antigas carteiras de tampo
inclinado foram saneadas das escolas, porque a revolução
pedagógica que acompanhou a política aconselhava a utilização
de mesas de plano horizontal, para facilitar o trabalhos de grupo.
Agora, a Associação para a Promoção e Desenvolvimento da
Educação (APDE) procura reabilitar o modelo anterior. Ao
anunciar, recentemente, um colóquio sobre a dislexia de evolução,
que estima afectar cerca de 10% das crianças portuguesas,
colocava o assunto nestes termos: «Parabéns, está a ler o nosso
jornal. Agora perguntamos-lhe: quando está sentado, como é que
o lê melhor? Em plano inclinado, ou colocado sobre uma mesa?
Não temos dúvidas de que a sua resposta será: ‘Em plano
inclinado, é claro’!!!».
A APDE sustenta que as crianças, ao passarem cinco a seis horas
diárias debruçadas sobre as actuais secretárias e sem um apoio
próprio para os pés, incorrem em erros de postura que propiciam
o aparecimento e o agravamento da dislexia. Subscreve, assim, a
inovadora abordagem científica do oftalmologista Orlando Alves
da Silva, chefe de serviço do Hospital de Santa Maria, que
apresenta as dificuldades de leitura resultantes da dislexia como
apenas «um dos sintomas do Síndrome de Deficiência Postural
[SDP]».

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